LUZ ! CÂMARA ! AÇÃO !
CENA 1 –
Companheiro de camping quando os filhos eram pequenos.
Parceiro de jantares na churrasqueira do velho Alfeu.
CENA 2 –
Co-autor de vídeos ecológicos nos tempos do cursinho.
Companheiro de programa,
Na rádio da UFSM, no terraço do prédio da Antiga Reitoria.
CENA 3 –
Fotógrafo das capas da revista Quero-Quero
A pedido do falecido reitor Mariano da Rocha.
Conviva de jantas da casa do Dr. José Pinto de Moraes,
Seu sogro,ao lado da Estância do Minuano.
CENA 4 –
Conversas noturnas na praça Saldanha Marinho,
Quando passávamos o mundo a limpo
E planejávamos o futuro.
CENA 5 –
Intermináveis conversas dentro do carro
Com Rogério Lobato, Nicola Garofallo e o fotógrafo Pithan.
Conversas intermináveis no barzinho do Erly,
No prédio da administração central,
Prosseguidas depois do setor fotográfico da UFSM,
Do qual foi chefe diligente e criativo.
CENA 6 –
Fotógrafo de posters de meus filhos.
Fundador da SAB – Produções.
Diretor de “Uma Gravata para Mário”,
Estreado por João Teixeira Porto.
CENA 7 –
Susto com princípio de incêndio
No apartamento do Edifício Taperinha,
De onde fotografava a cidade
E a Romaria da Medianeira.
CENA 8 –
Alegria pelo nascimento de
Gustavo, Tiago e Renata.
Tudo com a retaguarda afetiva da gigantesca Ana.
CENA 9 –
Possibilidade de finalização do grande sonho
Do acalentado longa-metragem.
Sonho interrompido pelos tentáculos silenciosos da doença.
CENA 10 –
Calor mortal se abate sobre a cidade que amou.
Pássaros param de voar, em solidariedade.
Cidade fica lenta.
Amigos e colegas em silêncio de espanto.
Nuvens ameaçam luto e se carregam de tristeza.
CENA 11 –
Céu em crise de pessoas de sensibilidade
Teima em nos levar pessoas das artes
Para tornar final de ano celestial mais suportável
O céu é implacável, às custas da nossa dor.
A cidade murcha.
Empobrece.
Silencia.
CENA 12 –
Eu me recolho qual caramujo úmido
Sentindo o peso da gosma de décadas.
Resvalo sobre o musgo do tempo enganando a Angústia.
E me quedo, perplexo,
Diante da morte do amigo, carregando no peito
Uma envergonhada onipotência de sobrevivente.
CENA 13 –
Réquien de Mozart, em BG...
THE END
*************************************************
**Fiz este texto às pressas, a pedido do Gaspar Miotto, no jornal A RAZÃO para que o mesmo fosse publicado no dia seguinte (28 de março de 2015), dia do enterro do Serginho, meu amigo, companheiro, colega de UFSM.
Companheiro de camping quando os filhos eram pequenos.
Parceiro de jantares na churrasqueira do velho Alfeu.
CENA 2 –
Co-autor de vídeos ecológicos nos tempos do cursinho.
Companheiro de programa,
Na rádio da UFSM, no terraço do prédio da Antiga Reitoria.
CENA 3 –
Fotógrafo das capas da revista Quero-Quero
A pedido do falecido reitor Mariano da Rocha.
Conviva de jantas da casa do Dr. José Pinto de Moraes,
Seu sogro,ao lado da Estância do Minuano.
CENA 4 –
Conversas noturnas na praça Saldanha Marinho,
Quando passávamos o mundo a limpo
E planejávamos o futuro.
CENA 5 –
Intermináveis conversas dentro do carro
Com Rogério Lobato, Nicola Garofallo e o fotógrafo Pithan.
Conversas intermináveis no barzinho do Erly,
No prédio da administração central,
Prosseguidas depois do setor fotográfico da UFSM,
Do qual foi chefe diligente e criativo.
CENA 6 –
Fotógrafo de posters de meus filhos.
Fundador da SAB – Produções.
Diretor de “Uma Gravata para Mário”,
Estreado por João Teixeira Porto.
CENA 7 –
Susto com princípio de incêndio
No apartamento do Edifício Taperinha,
De onde fotografava a cidade
E a Romaria da Medianeira.
CENA 8 –
Alegria pelo nascimento de
Gustavo, Tiago e Renata.
Tudo com a retaguarda afetiva da gigantesca Ana.
CENA 9 –
Possibilidade de finalização do grande sonho
Do acalentado longa-metragem.
Sonho interrompido pelos tentáculos silenciosos da doença.
CENA 10 –
Calor mortal se abate sobre a cidade que amou.
Pássaros param de voar, em solidariedade.
Cidade fica lenta.
Amigos e colegas em silêncio de espanto.
Nuvens ameaçam luto e se carregam de tristeza.
CENA 11 –
Céu em crise de pessoas de sensibilidade
Teima em nos levar pessoas das artes
Para tornar final de ano celestial mais suportável
O céu é implacável, às custas da nossa dor.
A cidade murcha.
Empobrece.
Silencia.
CENA 12 –
Eu me recolho qual caramujo úmido
Sentindo o peso da gosma de décadas.
Resvalo sobre o musgo do tempo enganando a Angústia.
E me quedo, perplexo,
Diante da morte do amigo, carregando no peito
Uma envergonhada onipotência de sobrevivente.
CENA 13 –
Réquien de Mozart, em BG...
THE END
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**Fiz este texto às pressas, a pedido do Gaspar Miotto, no jornal A RAZÃO para que o mesmo fosse publicado no dia seguinte (28 de março de 2015), dia do enterro do Serginho, meu amigo, companheiro, colega de UFSM.
Um comentário:
Essa cronicas do Amigo Pizzaro dariam um bom livro de cabeçeira, para embalarmos antes de dormir..Muito legal.
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