A
história da banda do Maneco está indelevelmente ligada ao nome do ex-aluno
Roberto Binato, depois formado médico e professor universitário do Curso de
Medicina da UFSM, no Departamento de Biofísica, onde ministrava aulas
juntamente com o Dr. Irion. Mesmo cursando Medicina, continuava sendo o
responsável pela banda do Maneco, nas funções de “mestre”, uma espécie de
maestro que cuidava tanto da coreografia e da disciplina como também dos
arranjos musicais e repertório. Era carinhosamente chamado de “Binatão”.
A
banda do Maneco chegou a desfilar com quase 200 figurantes, fazendo as chamadas
“evoluções” durante o desfile. A evolução que mais agradava e que arrancava
delirante aplauso do público era copiada da Banda de Fuzileiros Navais, do Rio
de Janeiro : a banda desfilava formando uma gigantesca âncora, que ocupava uma
quadra inteira de rua. A banda viajava muito por todo o RS, a convite de
escolas e prefeituras. Em Santa Maria, era convidada a abrilhantar todo tipo de
solenidade. Certa feita, no campo de futebol do Riograndense Futebol Clube,
completamente lotado, a banda formou - pela primeira vez - a palavra MANECO,
numa evolução que comoveu a pais, alunos, professores, funcionários e público em
geral.
O
Padre Rômulo Zanchi, férreo disciplinador na direção do colégio, exigia que os
integrantes da banda apresentassem seus boletins todo santo mês em seu
gabinete. Quem estivesse mal de notas era sumariamente banido da banda. O padre
Rômulo dizia : “É uma honra tocar na banda e aluno vadio não veste aquele
uniforme para representar o Maneco pelas ruas da cidade ! “ Assim é que, nos
desfiles da Semana da Pátria ou nos deslumbrantes “Jogos da Primavera”, quando
a banda chegava ao centro da cidade, capitaneando os quase dois mil alunos do
Maneco, toda o público sabia que ali naquela corporação musical marchava a
elite cultural do colégio, representada por seus melhores alunos. Durante duas
ou três noites que antecediam ao desfile, alunos e alunas voluntariamente
faziam bolhas nos dedos cortando papel laminado para fazer “picadinhos” que
eram acondicionados em dezenas e dezenas de sacos de estopa. No dia do desfile,
estes alunos e seus familiares postavam-se estrategicamente nas sacadas dos
edifícios mais altos da avenida Rio Branco e da rua do Acampamento (o Taperinha
era um dos preferidos) e, quando o Maneco começava sua esperada apresentação,
os céus do centro da cidade eram tomados por aqueles milhares de “picadinhos”
laminados que produziam um efeito espetacular refletindo a luz do sol. Torcidas
organizadas berravam sem parar :”Maneco ! Maneco !” Aquelas músicas, marchas e
dobrados em furiosa harmonia marcial. O Tadeu com seu garbo de mor da banda. As
graciosas balizas (Carmem Helon Mariosi, Zara Ehlers, Maria do Carmo
Irion, além de outras). Aquela multidão. Aqueles papéis picados. Os foguetes.
Os gritos. Os aplausos. A cadência. Aquilo tudo era emocionante ! E eu ali no
meio da banda, tocando pifaro, E ali fiquei durante seis anos tocando naquela
banda. Passando por aquelas emoções que enchiam meu coração adolescente de
felicidade e orgulho. Até hoje, aos 75 anos, quando a banda do Maneco passa, eu
choro.
A
banda hoje está passando por dificuldades, ela que colabora em todos os eventos
comunitários de Santa Maria há 60 anos ! Faço uma conclamação ao leitor para
colaborar com qualquer quantia.
Pode
fazer seu depósito na Caixa Econômica Federal, Agência 501, Operação 013
(Poupança), Conta 002547509. Ou se preferir, pode depositar na Conta Captação
do Banco do Brasil (Lei Rouanet), Agência 01260, Conta Corrente 840696.
Maiores
informações : 55.98121.3993/99958.8785. Ou pelo e-mail : bandamarcialdomaneco@gmail.com
Como
manequiano ardoroso e ex-integrante da nossa amada banda, antecipadamente
agradeço pela boa vontade do público leitor. A banda merece.
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