domingo, 19 de dezembro de 2021

1958 - NO ANO DO CENTENÁRIO, CIDADE TEVE EXPOSIÇÃO DE BALEIA DE 60 TONELADAS - JAMES PIZARRO (DIÁRIO - Seção MEMÓRIA - ediçãode 18.12.22021)

Toda vez que, longe de nossa cidade, conto o episódio do gaúcho que laçou o avião – fato amplamente noticiado por revistas nacionais e estrangeiras na época – com detalhes, endereços, fotos e nomes dos envolvidos, fui motivo de piada e tive o dissabor de ouvir frases do tipo “esses gaúchos têm cada história”. Até que reuni tudo o que se tinha publicado sobre o tema e publiquei extensa matéria sobre o ocorrido e publiquei em crônica, em blog e nas redes sociais. Uma segunda história que conto e me causa dissabor é quando digo que no ano de 1958, ano do Centenário de Santa Maria, um gigantesca baleia esteve por vários dias exposta à visitação pública na rua Niederauer na quadra existente entre o edifício Taperinha e o Clube Caixeiral. As pessoas duvidam da veracidade da história... Publiquei esta história na Linha do Tempo do meu facebook e recebi quase 300 comentários com as mais diferentes opiniões. Grande número de pessoas da mesma faixa etária minha me apoiando, avalizando o que eu tinha afirmado e confirmando que tinha visitado a tal baleia. Outros diziam que nunca tinham ouvido falar nessa baleia. E outros me gozando, me chamando de mentiroso. Cheguei a printar os comentários para publicar os mesmos junto com os nomes de seus autores nessa página memorialística de hoje. Depois, achei mais elegante não faze-lo. Essa baleia é d espécie JUBARTE e foi capturada nas costas da Espanha. Depois de percorrer vários países da Europa, África e América do Sul, chegou ao porto de Santos, SP. Dali partiu para várias regiões do Brasil para exposições de “entretenimento de caráter científico”, como dizia seu proprietário, um certo sr. J. Maturana. A baleia, chamada de MOBY DICK, tinha 20 metros de comprimento e 60.000 quilos. Era transportada por um caminhão de 18 rodas. Chegou em Santa Maria procedente do município de Alegrete e ficou estacionada no centro de Santa Maria, entre o Caixeiral e o Taperinha. Ao redor do caminhão foi estendida uma lona preta formando uma espécie de muralha e corredor . O espectador pagava entrada e adentrava por um lado, circundava todo o caminhão observando aquele imenso animal e saia pelo outro lado. Havia um forte cheiro de formol, pois o mesmo estava conservado em 7000 litros de formol que lhe haviam sido injetados para prevenção contra a putrefação. O proprietário explicava – lembro bem – que a baleia já estava sendo exposta no caminhão há três anos e que depois de Santa Maria, eles rumariam para expo-la nas cidades de Cachoera do Sul, Pelotas e Rio Grande. Quero fazer um agradecimento público à arquivista Danièle Xavier Calil, diligente e dedicada chefe do Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria que que de maneira rápida e educada me proporcionou acesso às páginas de A RAZÃO de1958, podendo dessa forma provar aos incrédulos que a baleia realmente esteve no centro de Santa Maria. Infelizmente, à época, não haviam as facilidades das máquinas fotográficas portáteis e nem os celulares, de sorte que não consegui registro fotográfico da MOBY DICK.

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