terça-feira, 18 de outubro de 2022

AINDA SOBRE OS GRANDES MONUMENTOS - JAMES PIZARRO (DIÁRIO - 18.10.2022)

Num lance fulgurante de inteligência, visão turística, fé religiosa e poderosa união comunitária, os habitantes da pequena e simpática cidade gaúcha de Encantado deram uma lição de como fazer as coisas. E Encantado passou nos últimos tempos a ocupar páginas e páginas de jornais e revistas em todo o país, além de ser motivo de grandes reportagens nos principais programas das grandes redes de TV do Brasil. Tudo porque a comunidade se uniu e resolveu construir o monumento denominado Cristo Protetor, uma obra de 43 metros de altura, a terceira do mundo em altura. Relembro trecho de crônica que publiquei no DIÁRIO na edição de 6 de novembro de 2018, à página 4 : “ Em 2007, a Secretaria Municipal de Turismo de Santa Maria – leia-se Paulinho Ceccin – pensou em construir um monumento em homenagem à N. S. Medianeira, padroeira do Rio Grande do Sul (muita gente pensa que é São Pedro). O monumento seria construído no Morro do Cechella e teria todos os equipamentos modernos em seu entorno, como vias de acesso, capela, lancheria, mirantes, museu para contar a história da santa, restaurantes, vendas de lembranças e postais, policiamento. Seria uma obra gigantesca que atrairia milhares de turistas brasileiros e estrangeiros, pois seria o maior monumento brasileiro do gênero, planejada por artistas e técnicos santa-marienses, sob a direção do J. Amoretti. A prefeitura municipal não gastaria nada, pois todo dinheiro viria de doações, captação de recursos particulares e verbas do Ministério do Turismo. Na edição de 28/29 de julho de 2007 (sábado/domingo) de A Razão, publiquei e assinei matéria de página inteira sob o título “Até a Medianeira é repudiada aqui !? “. Fi-lo porque tão logo foi lançada a ideia pela construção do monumento setores obscurantistas iniciaram feroz campanha contra a iniciativa do então secretário Paulinho Ceccin. Essas pessoas nem se deram conta da vocação que Santa Maria tem para o turismo religioso. E ficaram contra a ideia mas não fizeram proposta alternativa em seu lugar. Nunca falei sobre isso com o Paulinho Ceccin. Nem com dom Hélio, bispo à época. Nem com ninguém. E ninguém me pediu para escrever a favor à época porque nunca aceitei escrever coisas por encomenda. Nem tão pouco apoiei a iniciativa por ser católico apostólico romano, praticante e convicto. Quisessem os umbandistas construir monumento semelhante em homenagem à Iemanjá, estaria eu a favor. Quisessem os meus amigos espíritas homenagear Allan Kardec com um monumento de igual tamanho, contariam com meu apoio. Sou de profunda formação ecumênica. E sempre fui A FAVOR DO DESENVOLVIMENTO E DO TURISMO DA MINHA CIDADE NATAL !!! Tivesse o projeto sido aprovado e construído teríamos hoje no morro do Cechella o maior monumento religioso do Brasil iluminando a noite santa-mariense: a santinha em sua posição original, de braços abertos, feericamente iluminada, maternal e generosamente acolhendo em seu seio todos os santa-marienses e gaúchos. Além do turismo rendendo divisas para nosso município. Que Nossa Senhora Medianeira ilumine a cabeça burra dos muitos que teimam em lutar contra o progresso de nossa querida cidade natal.” Lembro sempre do que dizia em suas aulas meu saudoso amigo e professor de Botânica Sistemática, médico e historiador Romeu Beltrão : “Santa Maria tem caveira de burro enterrada!”

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