CLUBE EXCELSIOR - O
chamado "CLUBE EXCELSIOR" era constituído por um grupo de jovens
estudantes vestibulandos de Santa Maria, RS, que se reuniam para estudar
literatura e política nos anos 60.O clube funcionava nos porões da casa situada
à avenida Presidente Vargas, 2067, residência do advogado santa-mariense Dr.
Hélvio Jobim, pai de dois dos integrantes do clube. As reuniões eram realizadas
aos fins de semana.
Os
integrantes do grupo eram : James Pizarro (vestibulando de Agronomia), João Nascimento
(vestibulando de Direito), Nelson Jobim (vestibulando de Direito), Walter Jobim
Neto (vestibulando de Direito), Antônio Rossato ("Padre", formado em
Direito), Antônio Carlos dos Santos ("Tonico", formado em Medicina),
Luiz Alberto Belém Leite (vestibulando de Medicina) e Carlos Horácio Hertz
Genro (vestibulando de Medicina). Tudo era feito por
amor à literatura e à política. Com desejo de crescer intelectualmente. Virar
um cidadão útil. Todos se formaram e levam uma vida profissional correta, sendo
que muitos já se aposentaram. Lá se vão quase 60 anos.
SEU
GENARO - Um dos açougueiros mais populares que Santa Maria, RS, já teve foi o
"Seu" Genaro", que atendia toda a clientela com imensa
fidalguia. Seu estabelecimento era na rua Silva Jardim, trecho situado no
Bairro do Rosário. Genaro tinha prole numerosa. Em todos os filhos e filhas ele
colocou nomes indígenas. Um dos seus filhos, de nome Tabajara Gaúcho da Costa,
foi reitor da UFSM. Uma das filhas de Genaro, de nome Jacira, foi minha colega de bancos
escolares no MANECO. Ubiratan, de apelido "Bira", foi meu colega na
UFSM. Docente muito ligado à extensão universitária, coordenou e acompanhou a
ida de centenas e centenas de universitários por todo o Brasil, notadamente
para o Projeto Rondon e para o Campus Avançado da UFSM em Boa Vista, Roraima.
“Bira” e Emílio são meus companheiros diários de cafezinho no calçadão na
cafeteria do amigo Ildo (“Café e Doce”). "Seu" Genaro
deu notável exemplo no encaminhamento de seus filhos para que os mesmos se
transformassem em excelentes profissionais e cidadãos.
NARINHA
LEÃO - Quando noivos, eu e minha mulher éramos fãs de carteirinha da
Nara Leão. Eu tinha todos os discos dela. Acompanhava suas andanças. Sua
participação como musa do movimento da "Bossa Nova". E seu
engajamento político. No dia 2 de setembro de 1967 nasceu nosso primeiro filho
: uma menina. E que recebeu o nome de Nara, em homenagem à nossa musa. Estou
relembrando tudo isso porque no dia 7 de junho de 2018, fez 29 anos que Nara
Leão morreu. Vítima de um tumor em região de difícil acesso no cérebro, depois
de penar e lutar titanicamente durante dez anos contra a doença, Nara expirou em
7 de junho de 1989. Há um belo livro para todos que querem saber mais sobre
esta extraordinária cantora e ativista política : "Nara Leão: uma
biografia", de Sérgio Cabral, publicado pelas editoras Companhia Editora
Nacional e Lazul.
NOITES INESQUECÍVEIS - Dancei ao som do Conjunto de Norberto
Baldauff, Orquestra Cassino de Sevilla, Orquestra Cassino de Santa Cruz,
Orquestra Tabajara, Orquestra Vienense, Orquestra de Sylvio Mazzucca. Fui um
privilegiado. Grandes bailes. Noites memoráveis. Os bailes começavam às 23h00 e
terminavam às 5h00. Das 2 às 2h30min da madrugada a orquestra fazia uma pausa e
enquanto os músicos lanchavam, existiam números artísticos com mágicos, atletas
de solo, dançarinos famosos. Não posso esquecer dos conjuntos musicais (uns de
fora e outros de Santa Maria mesmo) que animavam as reuniões dançantes, que
normalmente começavam às 17h00 e terminavam às 22h00, geralmente realizadas no
Caixeiral e no Comercial. Era uma emoção tremenda quando ligavam as
luzes vermelhas do salão do Comercial e a gente podia arriscar-se a dançar de
rosto colado e bem lentamente, ao mesmo tempo em que se dizia coisas ao ouvido
da parceira. Que fase ! Que tempo ! Que saudade ! Centenas de relações
começaram nessas reuniões e terminaram em casamentos.
Infelizmente, tudo acabou.
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