segunda-feira, 29 de setembro de 2008

"SOBRE O TEMPO E JABUTICABAS"


Publico o texto de minha amiga ANA SIMÕES porque concordo com ele na íntegra !
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"Sobre o tempo e jabuticabas" -
ANA ELIZABETH SIMÕES
Jornalista, JOINVILE,SC

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio. Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que, apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa… Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
"O essencial faz a vida valer a pena".

sábado, 27 de setembro de 2008

RESIDENCIAL LARISSA ELENA

Nosso prédio, denominado "Residencial Larissa Elena", à rua Higino Brito, Canasvieiras, fica a 50 metros da praia, próximo à saída de Canasvieiras para Jurerê.

PÁSSAROS DO JARDIM DO NOSSO PRÉDIO

Maurício Pavan (administrador do prédio onde moro), Noé (figuraço de gaúcho,90 anos, do apto número 1) e eu (apto número 3), zelosa e diariamente cuidamos das centenas de pássaros que vêm comer a ração que compramos e espalhamos pelo jardim. Eles chegam pontualmente às 11h e às 16:30h para comer.

"POMP AND CIRCUMSTANCE" - 8'47" de cultura

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

HOJE É DIA DA PÁTRIA GAÚCHA !!!


20 DE SETEMBRO ! DIA DO GAÚCHO !


Hoje é dia 20 de setembro (2008), "Dia do Gaúcho". Por isso,faço esta postagem com a letra e música do Hino do Rio Grande do Sul, de autoria de Joaquim José Medanha e Francisco Pinto da Fontoura. É a primeira vez nos meus 66 anos de vida que passo este dia fora do Rio Grande do Sul, pois estou morando na praia de Canasvieiras, na ilha de Florianópolis,desde 8 de março de 2008. No edifício onde moro existem oito apartamentos, sendo sete deles habitados por gaúchos e um habitado pelo administrador Maurício Pavan, catarinense de Joinvile e seu filho Lucas. Por sugestão minha, vamos fazer um churrasco comemorativo ao 20 de Setembro, ao meio-dia, nas dependências do prédio, o que vai servir também para congraçamento de amizade entre os moradores. O churrasco será assado pelo catarinense Maurício que, gentilmente, se ofereceu para isso e faz questão de participar da festa rio-grandense. Vou distribuir como lembrança a letra de nosso hino para todos os presentes com algumas palavras escritas por mim. É uma forma de homenagear a pátria gaúcha.

HINO DO RIO GRANDE DO SUL
Como a aurora, precursora
Do farol da divindade
Foi o vinte de setembro
O precursor da liberdade


** Estribilho **

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra

Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra, de modelo
A toda terra sirvam nossas façanhas
De modelo a toda a terra.


** Estribilho **
Mas não basta pra ser livre
Ser forte aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo



segunda-feira, 15 de setembro de 2008

E-MAIL DE GOIÂNIA QUE ME DEIXOU FELIZ !!!


Sent: Monday, September 15, 2008 3:51 PM
Subject: Coração colorado


Prof. James, descobrir seu site revigorou-me, trouxe-me novo ânimo, porque ele está recheado de textos que me atraem.

Sou o que se pode chamar de bandeira do Brasil: pai potiguar; mãe paraibana; eu (e + 3 irmãos) paranaenses; 2 irmãos mineiros, filho goiano; marido gaúcho da fronteira e coração colorado (como o seu). Já morei pelo Brasil afora, inclusive em Capão Novo, na década de 90. A cidade, fora da época de temporada, tinha aproximadamente 500 habitantes. Pra se ter uma idéia, o correio era um posto de atendimento e as cartas eram entregues pessoalmente, uma por uma a seus destinatários, no próprio correio. A gente entrava na padaria, pegava o que queria e depois pagava. Nem precisava anotar nada, tamanha era a confiança. Por lá, não tinha ladrão nem droga, os vizinhos eram amigos.

Havia apenas uma van que ia até Capão da Canoa, a cidade mais próxima e de lá a gente pegava o ônibus para Porto Alegre e outras localidades. A cidade parecia dormir. Eram muitos os condomínios horizontais, de luxo, fechados esperando por seus ocupantes no verão, se Deus desse bom tempo, quando então a cidade fervilhava. Era show toda a noite, a praia cheia de gente e muito colorido.

Eu e o Sérgio vivíamos de brisa e do meu dinheirinho trazido da Inglaterra. Quando vimos que a coisa ia ficar preta, por falta de emprego, caímos fora e vimos pra Goiânia, onde continuamos até hoje.

Me alimento da escrita. Me apego a qualquer tipo de papel e a um lápis ou caneta que tiverem dando sopa.

Escrevo carta de amor, de despedida, pedido de emprego, de demissão, cartão de aniversário, condolências, biografia, epitáfio, pedido de informação, reclamação, cumprimentos, fofocas e tudo o que me vem à cabeça. Escrevo para mim e para as pessoas do mundo. O que me pedem estou disponível e sempre tenho inspiração.

A maioria dos meus escritos eu jogo fora, outros têm utilidade: transformam-se em poemas de reconciliação, despedida, partida...

Perdi a conta de quantas cartas de apresentação eu já fiz e de quantos currículos montei: pra mim e pros outros.

Muita gente conseguiu emprego, namorado, e até desistiu de “tirar a vida” depois de ler meus escritos.

Já aderi ao computador, mas foi uma luta de quase 10 anos. Sinto falta do tic-tac da máquina de datilografia manual. Parece brincadeira, mas o tic-tac prende a atenção da gente e abre a inspiração. A minha máquina roubaram quando eu fui passar uma temporada na Inglaterra. Quando cheguei e me deram a notícia, sofri o maior baque. Tive a impressão que tiraram algum pedaço de mim. E tiraram mesmo.

Abraços dos colorados Iracema, Sérgio e Luiz Sérgio (12 anos)