quinta-feira, 6 de agosto de 2015

RESOLVEMOS OS PROBLEMAS - Pe. Haroldo

A situação presente traz grandes desafios à fé cristã e obriga-nos, tanto na dimensão pessoal como na comunitária, a repensar a maneira de vivê-la.
“Difícil é, para nós, o futuro hoje, porque há para cada um a obrigação de escolher um futuro que não seja apenas o seu. Sempre é possível, em princípio, abandonar na beira da estrada os que não podem acompanhar o movimento para a frente. Mas isso é recusado pelo espírito do tempo. Uma exigência de solidariedade está inscrita na própria maneira de ser no mundo de todos os que vivem juntos. A morte vitima uns e poupa outros. Estes, no egoísmo individual ou coletivo, desviam dos primeiros seu olhar, repetindo assim a operação da morte – quer se trate, repitamos, de uma morte simples, de uma morte lenta ou de uma morte parcial, entendo com isso toda restrição sensível das atividades da vida, toda redução dos poderes normais da alma ou do corpo. A falta moral está na inércia ou na aquiescência diante desse avanço da morte; ela consiste em fazer como ela. Sempre ouve necessitados, miseráveis, enjeitados, excluídos do bem viver ou, simplesmente, do viver, marginais que a sociedade relega a suas margens, mas nas épocas antigas isso não era um problema – um problema universal, de consciência. Hoje é diferente: cada um é implicitamente responsável pela desgraça do mundo – cada um, entendamo-nos, em seu ser-no-mundo, em sua primordial abertura ao mundo, antes mesmo de ser eu ou você. Falam-me dos sem-teto, dos assistidos pelo programa de renda mínima, de todos os infelizes, de todos os infortunados, de todos os desesperados. Não me sinto obrigado, se não tiver meios, a ajudá-los; de resto, tenho minhas próprias e imediatas obrigações. Mas sei e reconheço que existe a obrigação de ajudá-los e sinto-me envolvido enquanto homem. Se estivesse acordado que poderíamos abandoná-los à aflição e à morte, seria outra humanidade. Mas meu ser-homem, hoje, recusa isso.”
Devemos servir no Espírito de fé os mais necessitados e aqueles que o servem.
Nova consciência cósmica
Meditamos sobre a realidade da fé que recebemos e professamos. A consciência atual amplia-se em uma busca de comunhão não só com toda a humanidade mas com o universo inteiro. Essa nova consciência é, antes de tudo, uma resposta-protesto contra as terríveis destruições e poluições da natureza por obra da revolução industrial dos séculos XVIII/XIX, atingindo, em nosso século, índices alarmantes. É também uma nova percepção da harmonia do ser humano com todo o cosmos. Como a fé cristã pretende responder a esses reclamos da nova consciência cósmica? Será que Deus joga dados?
LEMA
“A vida é por demais breve, por demais preciosa, por demais difícil para que nos resignemos a viver de qualquer maneira.”
Vivamos servindo com justiça e cuidando de nosso cosmos.