quinta-feira, 10 de setembro de 2015

ESTADOS UNIDOS : Águas contaminadas por detritos da pecuária estão produzindo peixes hermafroditas


10 de setembro de 2015 

(da Redação da ANDA)
Foto: Public Domain
Foto: Public Domain
Pesquisadores estavam estudando peixes de um rio da Carolina do Norte (EUA) quando descobriram que alguns dos machos tinham partes femininas em seus corpos. Peixes machos “black bass” e alguns “sunfish” estavam desenvolvendo ovos em seus testículos, o que, como se pode imaginar, não é algo bom. Esta pesquisa fornece evidências adicionais de que a exposição a componentes do estrogênio na água está feminilizando os peixes machos nos Estados Unidos.
Foram examinados 20 córregos e rios de toda a Carolina do Norte durante a estação de desova em 2012 em busca de se descobrir agentes contaminantes conhecidos por romper sistemas endócrinos, tais como produtos químicos industriais e pesticidas. Os pesquisadores também examinaram peixes “black bass” e “sunfish” nos rios, procurando por características de androginia.
Mais de 60 por cento dos 81 peixes “black bass” observados tinham elementos femininos em seus corpos, enquanto o mesmo ocorria com 10 por cento dos 185 “sunfish”. Foram detectados 43 por cento dos 135 agentes de contaminação que eles estavam procurando no estado. Crystal Lee Pow, uma estudante de doutorado da Universidade de Carolina do Norte que ajudou a conduzir o estudo, disse que ainda estão sendo analisadas as diferenças entre os locais navegáveis. Por isso, os nomes dos rios impactados ainda não foram divulgados.
Os resultados são preocupantes. Em estudos anteriores, peixes machos que portavam ovos tiveram redução de fertilidade e de produção de esperma. “Machos guardam o ninho, criam ninhos de desova para os jovens e protegem ovos fertilizados”, disse Lee Pow. “Eles são cruciais para o sucesso da eclosão. Seu comportamento natural pode ser alterado pela exposição a contaminantes e pela presença da condição hermafrodita”.
Esta pesquisa foi em parte incentivada por um estudo da U.S. Geological Survey de 2009, que revelou a existência de machos hermafroditas em nove bacias hidrográficas dos Estados Unidos e descobriu que a bacia do rio Pee Dee – que abrange as Carolinas do Norte e do Sul – tinha a mais alta taxa de peixes hemafroditas (80%).
De onde vem o estrógeno
“Há diversas operações de criação de animais para consumo humano, concentradas na Carolina do Norte”, informou Lee Pow, acrescentando que pesquisas prévias do estado revelaram resíduos de porcos, que era retido em lagos e depois carregado para as correntes de água. “Os detritos e resíduos de porcos são cheios de estrogênio”, explicou ela.
Segundo a reportagem, esse é um alerta para que algo seja feito com relação às operações de confinamento, apesar do fato de que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) aparentemente não saiba o que fazer com todos os resíduos advindos da pecuária.
Foto: Public Domain
Corrente hídrica da Carolina do Norte, região de alto índice de contaminação. Foto: Public Domain
Em 2010, após ter sido processada pela Waterkeeper Alliance e por outros grupos ambientais, a EPA prometeu reconsiderar uma regra colocada durante a administração de George W. Bush que isenta instalações de confinamento de terem que divulgar dados de emissões perigosas à agência e ao público. Cinco anos depois, a EPA ainda não fez nada a respeito. No dia 13 de julho, advogados da agência voltaram ao tribunal e disseram que as regulações não seriam alteradas.
De acordo com a reportagem, esta inação é grave, pois como o ar que respiramos e o solo no qual cresce o nosso alimento, a água é essencial para a vida. Certificar-nos que ela seja limpa deveria ser uma grande prioridade.
Em suma, as alterações nos corpos dos peixes é consequência da pecuária. Se isso ocorre nos Estados Unidos, um país que parece ser mais organizado em termos de fiscalização, o que se dirá dos países menos desenvolvidos? Ou seja, a criação de animais para consumo humano não tem efeitos devassos apenas sobre os animais que são vítimas dessa indústria e para os humanos que se alimentam deles, mas também sobre o ambiente de forma ampla – desde a emissão de gases de efeito estufa, até a contaminação do solo e das águas, afetando todas as formas de vida.

TÁ DILMAIS !!!! - James Pizarro (10/9/2015)


COLUNISTAS

Tá dilmais !!!!

James Pizarro
por James Pizarro em 10/09/2015
Compartilhar:
Mais opções
Imaginemos que o mais irresponsável dos cidadãos da sua rua tenha gasto demais em farras, festas, viagens, roupas, destruído sua reputação financeira, tenha ficado devendo para meio mundo, perdido o crédito no comércio, banco tenha sustado seus cartões especiais e sua caixa de correspondência comece a se empanturrar de boletos e cobranças, além das tradicionais cartinhas de advogados.
Enquanto este cidadão vivia esta vida desvairada – sempre bem vestido e podre de chic – você trabalhava duro, pagava seus impostos direitinho, não dava o passo maior do que a perna, lá de quando em vez se permitia comer uma galetinho fora com a esposa e prole e cada tostão que sobrava colocava na poupança que rendia miserável 0,5 % ao mês mas era seguro, não pagava IR e podia ser retirada diante de qualquer emergência.
Um dia, com a maior cara de pau do mundo, o calaveira do gastador bate à sua porta e lhe diz, sorrindo, sem ao menos ficar vermelho:
- O senhor tem obrigação de me ajudar a sair do meu aperto financeiro porque não posso perder meu status social nem minhas mamatas.
Por mais incrível que possa parecer - neste pais da Bananolândia em que vivemos - um ministro tupiniquim, longilíneo e de óculos de aros grossos, viajando a Paris às custas do erário público, tem uma ideia original depois de deglutir um prato de “escargot à dilmette”, regado a um CabernePT-51.
Qual foi a ideia?
Diminuir o número de ministérios?
Diminuir o número de senadores, deputados federais e estaduais, vereadores, cargos em comissão, assessores, secretarias em todo o país?
Diminuir gastos telefônicos, xerox, internet, carros oficiais, viagens aéreas, diárias, etc....
Nada disso !!!
Aumentar a alíquota do desconto do Imposto de Renda (salário é Renda ?), pois o governo “popular” da Bananolândia acha que 27,5% de desconto por mês de Imposto de Renda é uma contribuição muito baixa que o brasileiro dá. Isto significa 4 meses de salário por ano !!!! O contribuinte é obrigado a dar para o governo 4 meses do ano do seu salário e o governo quer mais para poder pagar o rombo das contas que o povo não fez !!!!
Até quando vai o povo suportar esta sangria ? Esta ação parasitária está “dilmais” ! Quando o povo vai reagir contra esta nefasta ação de verdadeiros gigolôs da nossa vida?
E os detentores de mandatos populares? Estão fazendo o que?
James Pizarro

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

(DES)GOVERNOS - James Pizarro

(Des) governos


James Pizarro

por James Pizarro em 03/09/2015
Compartilhar:
Mais opções
A ideia que me ficou na cabeça depois de anos de aulas de História no Maneco, colégio exemplar de Santa Maria, foi de que o mundo ocidental teve duas pátrias intelectuais. Na Modernidade, a França. Na Antiguidade, a Grécia e Roma. Estudei quatro anos de Latim e - por consequência - muita coisa sobre Roma e os romanos. E ainda hoje nas mínimas coisas, nos ditos populares mais simples, sinto o dedo de Roma.
Quando a gente quer desprezar uma pessoa, diminuí-la, dizendo que a mesma não tem importância alguma, afirmamos que ela é “um zero à esquerda da vírgula”. Ou então, o gaúcho usa muito o “nem fede nem cheira”. Em Roma essa expressão já existia : “nec utilis, nec inutilis”. Tradução : não é útil, nem inútil. Não é pega, nem gavião. Não é carne, nem peixe. Isto é: “Nem fede, nem cheira”.
Vejamos alguns exemplos práticos atuais na área da política brasileira.
Mal a Petrobras terminou a construção de uma refinaria na Bolivia, o “cumpanheiro” Evo Morales nacionalizou a mesma e o Brasil teve prejuízo de 1 bilhão de dólares. E o governo (?) brasileiro achou normal. Nem protestou junto à ONU e nem retirou embaixador, muito menos rompeu relações. Isto é, o nosso governo (?) “Nec utilis, nec inutilis”.
Ex-governador gaúcho quando ministro da área da Educação em boa hora e com espírito justiceiro fez aprovar o chamado piso salarial do magistério, antiga reivindicação da categoria. Anos depois, transformado em governador, descumpriu sua própria lei e não pagou este piso – ao arrepio da lei – ao magistério do seu Estado. Portanto, se trata de uma lei. “Nec utilis, nec inutilis”.
Dezenas de países africanos tiveram dívidas perdoadas pelos presidentes Lula e Dilma sabe-se lá com que interesses internacionais (uma cadeira entre os maiorais da Segurança na ONU, segundo dizem ?). Mas esta mesma “bondade” mostrada para com os países do outro continente transforma-se em sadismo puro ao bloquear as contas do Rio Grande do Sul condenando seu funcionalismo à miserabilidade. Nosso governo (?) “Nec utilis, nec inutilis”.
O governador gaúcho, que tem andado a passos de lesma e mostrado duvidoso humor (“Piso é na Tumelero”...em piada de péssimo gosto), ao parcelar salários em cotas de 600 reais para parte dos funcionalismo enquanto os que ganham mais seguem ganhando normalmente, faz algo ultrajante! Deveria receber também 600 reais por mês (ele e todos os secretários) para sentir na própria carne o drama alheio. Mas por que não o fazem? Simples : “nec utilis, nec inutilis”.
E o povo segue suportando a maior carga tributária do planeta, a maior voracidade fiscal do mundo. Segue comportadinho. Masoquistamente. Com sua vocação galinácea. Toma no rabisteco. Sai cantando. E pede desculpas porque ficou de costas.

James Pizarro

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Usinas de reciclagem de entulho em Belo Horizonte e a reciclagem de resíduos da construção civil, artigo de Roberto Naime



Usina de Reciclagem de Entulhos. Foto: Fundação Metropolitana

[EcoDebate] Os resíduos sólidos resultantes do setor de construção civil, incluindo não apenas construções novas, mas também demolições costuma dobrar o montante de resíduos sólidos produzidos por uma comunidade. As pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias para o reaproveitamento dos materiais advindos de construções e demolições são inúmeros.
Mas vale ressaltar experiência simples e que é muito relevante pela antiguidade e persistência que demonstram. São as usinas de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil de Belo Horizonte. Dados indicam que a produção dos entulhos de construção civil, em todo país, representam um valor per capita que está em torno de 0,60 tonelada/habitante a cada ano. As quantidades são muito variáveis por região considerada, mas este número permite fixar um parâmetro idealístico para a situação.
Nas usinas de Belo Horizonte, são britados e transformados em brita e areia materiais de alvenaria passíveis de beneficiamento. A cidade conta com uma rede de coleta de pequenos volumes, que normalmente são destinados por carroceiros e outros pequenos veículos. Em volumes maiores, os entulhos são destinados diretamente na usina, sendo molhados para evitar a formação de poeira e posteriormente retirados materiais que não podem ser destinados aos britadores.
Com a primeira unidade operando desde o final do século passado, aproximadamente a partir de 1.998, a usina de reciclagem do Estoril, já foram viabilizados milhares de toneladas de reutilização de entulhos como solos para aterramento, areia e brita. Também se viabilizou empreendimentos de construção de blocos para construção a partir de material reciclado com cerca da metade do custo de bloco produzido com material novo.
A construção civil é um setor muito dinâmico da economia, sendo responsável por aproximadamente 20% do produto interno bruto (PIB). Estima-se que para cada posto de trabalho gerado sejam criados cerca de 3 postos indiretos. Assim estas iniciativas simples e bastante perenes devem ser especialmente saudadas como relevantes por toda a reciclagem que já produziram. A questão não é de serem umas operações que atinjam níveis de excelência. Mas é que enquanto se discute o ideal muitas vezes se deixa de realizar o óbvio e o simples. As usinas de Belo Horizonte, devem ser exaltadas por isto. São experiências antigas e muito práticas e persistentes.
A construção civil embora seja um setor muito dinâmico, nas grandes empresas, demonstra que não ocorrem mais tanta perda de material, mas nas empresas pequenas e médias, ainda é grande o desperdício pelas dificuldades de gestão e pelo conjunto do setor absorver a mão de obra mais desqualificada do mercado. Esta realidade faz com que o setor tenha muita importância social pela inclusão social que patrocina, mas, ao mesmo tempo, é uma realidade responsável pelos elevados índices de desperdício encontrados, que em média devem se situar entre 20 e 30% de todos os materiais.
Os problemas principais podem ser referidos com estocagem temporária dos materiais, transporte dentro da obra e gastos para retrabalho e recuperações de geometria de obra mal encaminhada. A perda da construção civil faz com que o meio ambiente sofra com a maior exploração para produção de bens industriais e também determina maior quantidade de emissões atmosféricas para transporte, além de maior dispêndio econômico, que normalmente é repassado para o custo final da obra e bancado por todo mercado consumidor.
Em Belo Horizonte, a cidade sempre esteve na vanguarda da administração e da gestão dos resíduos sólidos provenientes da construção civil, também chamados de entulhos. Em São Paulo e Curitiba também se conhece iniciativas, mas ligadas à iniciativa privada. O que não faz diferença alguma. Importam os resultados, tomara que sempre fosse viáveis economicamente, as iniciativas do setor privado. Social e ambientalmente tudo converge para as mesmas resultantes. Mas no setor privado prepondera ou determina o avanço da iniciativa, a viabilidade econômica como premissa.
Na capital mineira, existem três unidades recicladoras, sendo uma situada no bairro da Pampulha, outra no bairro Estoril e outra às margens da BR 040, no km 531. Para evitar desconfortos com ruídos, os equipamentos de britagem e as próprias pás carregadeiras, são revestidas, com materiais do tipo emborrachados, e também, com materiais silenciadores.
A coleta e transporte dos entulhos valoriza a atividade dos carroceiros, que são reunidos em associações e cadastrados com veículos transportadores autônomos. O entulho beneficiado é constituído por cimento, concreto, argamassa, telhas e tijolos inteiros ou quebrados. Ao chegar na usina o entulho é espalhado por trator e as impurezas que não podem ser beneficiadas, separadas manualmente, antes de transporte ao equipamento de britagem. O material que não pode ser britado é constituído por plásticos, papéis, papelão, metais e madeira.
Restos de tijolos e telhas são empregados como leito e subleito de pavimentos, enquanto resíduos de cimento, concreto e argamassa servem de matéria prima arenosa e são misturados a cimento novo para a fabricação de blocos e tijolos. Estes materiais são empregados pela prefeitura ou vendidos.
A vertente social é muito relevante na medida que os carroceiros são integrados no processo, com a prefeitura assumindo um apoio na manutenção veterinária dos equinos e emplacando as carroças, criando no carroceiro ampla consciência ambiental e econômica. Os materiais que antes não tinham serventia passam a ter valor na medida em que são reciclados para uso na própria construção civil.
Fica aqui registrada a relevância e principalmente o pioneirismo das iniciativas, que já contam com quase duas décadas, incrementando avanços ambientais importantes e melhorias na qualidade de vida das populações beneficiadas.
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

in EcoDebate, 02/09/2015
"Usinas de reciclagem de entulho em Belo Horizonte e a reciclagem de resíduos da construção civil, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, 2/09/2015,http://www.ecodebate.com.br/2015/09/02/usinas-de-reciclagem-de-entulho-em-belo-horizonte-e-a-reciclagem-de-residuos-da-construcao-civil-artigo-de-roberto-naime/.