terça-feira, 5 de dezembro de 2017

GANDENSE + COLORADINHO + RIONAL = SAUDADE CORTANTE - James Pizarro (crônica publicada em 5.12.2017 no DIÁRIO DE SANTA MARIA,ág.4)

Sempre fui aficcionado do futebol. Desde piá sempre torci pelo Inter de Santa Maria. E pelo Inter de Porto Alegre. No RJ sempre tive simpatia pelo Flamengo. E em SP sempre torci pelo Palmeiras. Joguei futebol de mesa (“botão”) durante anos a fio. E há mais de cinquenta anos coleciono álbuns de figurinhas de futebol.
Confesso que, apesar de ser torcedor do “coloradinho” – ou alvirubro - como querem os mais modernos, fiquei muito triste quando o Riograndense Futebol Clube encerrou suas atividades, suspenso por dois anos pelo que li na imprensa.
Tenho saudade das centenas de edições que presenciei do tradicional clássico RIONAL. Tanto no Estádio dos Eucaliptos. Como na Baixada Melancólica (Getúlio Vargas). Sempre completamente lotados. Coloridos. Sem brigas. Povo confraternizando alegremente.
Lembro especialmente do dia 1/maio/1958. Neste ano comemorava-se o Centenário do Município de Santa Maria. Eu tinha 16 anos e o velho Alfeu meu pai, era vereador. Fazendo parte dos festejos do centenário da cidade e também da comemoração de aniversário do Riograndense (46 anos de vida), o time periquito enfrentou o Botafogo do RJ nos Eucaliptos. O Botafogo, treinado pelo famoso João Saldanha, perdeu para o “Gandense” por 2 a 1.
Um detalhe curioso : o pontapé inicial da partida Botafogo x Riograndense foi dado pela Rainha do Centenário de Santa Maria, Maria Luján Mariano da Rocha, minha querida amiga Marilu, hoje minha vizinha na Galeria do Comércio.
O Riograndense foi fundado em 2012 na esteira da existência da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, pois da operosa e dinâmica classe dos “ferrinhos” (meu querido avô Fredolino foi ferroviário durante 44 anos) surgiram os atletas, os apoiadores, os dirigentes e os torcedores do clube.
Agradeço ao leitor Wolmar Heringer, atual presidente do Riograndense, que me visitou e me presenteou com a obra “RIOGRANDENSE FUTEBOL CLUBE – No coração gaúcho, 100 anos do rubro-esmeraldino”.
É uma alentada obra de 145 páginas, escrita em 2012 (Gestão do presidente Julio Cesar Ausani), ricamente ilustrada, cujo autor e organizador João Rodolpho Amaral Flores contou com os seguintes coautores : Alexander Rossatto Tittelmeyer, Antonio Augusto Durgante Berni, Candido Otto Haupt da Luz, Henrique Cignachi, Juliana Franchi da Silva, Nathalia Lima Pinto, Rosana Vargas Fraga e Trícia Andrade Cardoso.
Li a obra toda de um só fôlego. Parabenizo a todos os seus autores pelo inestimável serviço de pesquisa histórica e de legado que deixam às novas gerações de santa-marienses que buscam saber coisas do passado da cidade.
Almejo que obras deste tipo sejam feitas em relação a outros clubes, como o nosso saudoso Guarany Atlântico. Nosso Coloradinho. Nossos clubes amadores.
Pesquisadores solitários – cito como exemplo meu querido amigo Candido Otto Haupt da Luz – merecem nosso aplauso e o total apoio das autoridades para publicação de suas pesquisas esportivas.
E que o Riograndense em breve renasça para que nossos netos possam vibrar com futuros clássicos RIONAIS !!!

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