O texto deste médico paranaense que honra a sua profissão é comovedor. E por isso, reproduzo o mesmo abaixo.
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SANTA MARIA - MISSÃO CUMPRIDA !
Fomos dar uma ajuda profissional, voltamos com o coração repleto de gente.
Fomos para tentar minimizar a dor. Vocês nos maximizaram humanos.
O motorista de Taxi de Porto Alegre se recusou receber o preço da corrida
só porque soube que estávamos indo para sua cidade.
E disse que se ofenderia se insistíssemos em pagar.
Sentei em uma escada para tomar fôlego e a voluntária veio perguntar se eu precisava de ajuda.
Ela tinha uns 16 anos de idade.
A moça da limpeza achou uma medalha de algum santo. Uma jóia de 18 quilates.
Passou mais de hora perguntando um a um se não lhes pertencia.
Depois deixou o ramal do chefe onde a medalha estaria guardada.
Mas não foram essas as atitudes que mais me surpreenderam.
O que mais me tocou é que vocês de Santa Maria transformaram substantivo em verbo.
Eu e meus amigos do Paraná vimos milhares de placas, adesivos, lacres de porta e fitas negras com a palavra “LUTO”.
Por vários dias eu achei que vocês estavam se referindo ao substantivo:
Conjunto de reações a uma perda, geralmente pela morte de alguém.
Hoje entendi.
No meio de tanta dor e diante da necessidade de não parar, “LUTO” em Santa Maria (RS) não é substantivo.
É verbo. EU LUTO!
Luto contra a dor, pra não parar,
luto contra o injusto para não repetir,
luto pelo menor para ninguém perder e
luto contra a morte para o meu irmão viver.
E é por isso tudo que eu quero que saibam:
quando precisarem da gente para conjugar verbos, aí na sua terra, podem nos chamar.
Vocês já tem o número!
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