Certa vez, há muitos décadas, fiz um poema levemente concretista, que tinha apenas dois versos e todas as palavras começando pela letra "o". Era para um concurso. O titulo era "Obituário". Era apenas isso :
"O orgasmo na orgia
É o óbito do ovário"
Um colega professor me perguntou espantado o que eu queria dizer com aquilo. Ele me confessou : "Não entendi patavina !"
Eu disse pra ele que achava sexo grupal, a famosa suruba, uma coisa depressiva. Que achava deprimente para a mulher que participasse. E que pretendi dizer isso naquele poema.
Ter de explicar as coisas para os outros é a mesma coisa do que repetir piada para um ouvinte que não entendeu a primeira vez. Perde a graça.
Encerrei minha carreira de poeta ali. Mesmo antes de ter começado.
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