sábado, 5 de outubro de 2013

O PARTO FLAMARIÔNICO - James Pizarro

Fui adolescente e amigo da noite de Tasso Trevisan, hoje médico em Porto Alegre. Convivi e servi chimarrão a seu pai, Eduardo Trevisan, imortal pintor de Santa Maria. A quem a UFSM cometeu o pecado mortal, imperdoável, de não o ter como docente do Centro de Artes. Flamarion Trevisan foi criado neste lar onde se respirava arte, pintura, desenho. Hoje, meu vizinho em Florianópolis, convivemos mais de perto. Fico a lembrar da brutal destruição de tecidos e a criação de novos tecidos pelas quais passa a larva de um inseto até se transformar numa colorida borboleta. A metamorfose dolorida que o lepidóptero passa com suas histólises e histogêneses para - finalmente - passar da forma de larva. Até à gloriosa forma de bicho leve, delicado, alado, pousando de flor em flor à procura de néctar e grãos de pólen. Por esta transformação passou Flamarion. Da forma embrionária que guarda resquícios do genoma paterno, visível nos traços de seus gaúchos e ambientes do pago pampeano. Até o estágio adulto e independente dos seus quadros abstratos. Que tanto me emocionam. E aprisionam meu afeto.

* Maiores detalhes sobre o artista : www.flamariontrevisan.com.br


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