sábado, 25 de abril de 2009

Pe. ÉZIO BERTEOTTI, MEU GRANDE AMIGO !!!


Pe. Ézio Berteotti é meu particular amigo desde quando foi pároco da Igreja Perpétuo Socorro, na zona norte de Santa Maria, RS. Depois foi transferido para Lavras do Sul, onde foi pároco da Igreja São José, matriz daquela cidade. Várias vezes fui a Lavras do Sul fazer palestras e homilias na santa missa a convite dele, ocasião em que eu e minha mulher nos hospedávamos na casa paroquial. Agora fico sabendo (através de reportagem do jornal "A PLATÉIA", enviado pela amiga e ex-aluna ANA "ROCCANA") que Pe. Ézio foi para Livramento. Fará lá, como fez em todas as outras comunidades, um grande trabalho.
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Para quem quis ir à África propagar os ideais católicos, como o amor ao próximo e a contemplação a Deus, ser o pároco da Igreja Matriz parece não ser uma tarefa das mais difíceis. No entanto, Padre Ézio Berteotti, 77 anos, ficou receoso quando soube que seria transferido pela Diocese de Bagé de Lavras do Sul à Sant'Ana do Livramento. Mas, no fim, ele não hesitou e, desde janeiro deste ano, comanda uma das principais igrejas do município.
Liderar uma paróquia não é fácil, principalmente no mundo pós-moderno em que a espiritualidade cedeu espaço para o apego as materialidades. O iluminismo, movimento que surgiu nos século 17 na Europa, colocou a racionalidade humana, isto é, a razão como ponto-chave para se entender o mundo. A explicação dos fatos pela religião foi questionada; o início do progresso pela ciência e a industrialização no século 18 tornou a questão mais delicada, voltando o homem para o avanço, a acumulação de bens e o prazer material.
Essa situação se reflete nas palavras de padre Ézio: "A riqueza é uma das causas que afasta as pessoas da Igreja". Enfatizando que o amor ao próximo deve alimentar as relações entre as pessoas, ele afirma: "O amor em si é felicidade, não precisa (a pessoa) ser ligada ao prazer material".
Inserida nesse contexto, a redução do número de católicos praticantes tornou o trabalho dos padres nada fácil, segundo o pároco. A situação atual, conta, é de pessoas que dizem acreditar em Deus, porém, não se consideram praticantes. Nas missas de domingo rezadas na Igreja Matriz, por exemplo, cerca de 200 pessoas comparecem, totalizando 600, se contar as duas do domingo e mais a de sábado; números que, conforme o padre poderiam ser maiores.

Todo mundo a favor da vida

Aquele mesmo progresso que ainda alimenta as ações dos sujeitos no cotidiano, como uma forma de desenvolvimento sócio-cultural, através das tecnologias que se impõem, trouxe à tona questões delicadas, que mexem com a vida. E nesse ponto, religião e ciência defendem pontos de vista distintos, como, por exemplo, quanto à interrupção da gravidez de mães com fetos anencéfalos. A primeira pensa que, mesmo com a deficiência, deve ser dada a chance do nascimento ao acéfalo; já a outra defende a interrupção da gestação se o diagnóstico for preciso e acusar o problema.
Conforme padre Ézio, a igreja fica estigmatizada por parecer a única defensora da vida nesses casos - também há a questão das pesquisas com células-tronco embrionárias, que opõe religiosos e cientistas. "Seria uma hipocrisia dizer que só a igreja defende a vida. Não é só ela, são todos que defendem a vida", salienta. E foi pensando em protegê-las que Ézio Berteotti, ao sair do seminário na cidade de Trento, na Itália, há 52 anos, tornou-se padre.
Sabendo da realidade de extrema pobreza e condições precárias de vida no continente africano, ele sonhava em ser enviado para trabalhar na África. As histórias de um missionário sobre os fatos presenciados com tais povos comoveram padre Ézio, o que ajudou também para que escolhesse a carreira a seguir: "Nunca sonhei em ser outra coisa ao não ser um missionário", conta.
Por pedido do então Papa João 23, segundo Berteotti, padres foram incitados a "ajudarem a América Latina e a África a terem o dom da fé". O pároco não chegou a realizar ambos os sonhos, no entanto, realizou o principal, que era ser padre e propagar o ideal católico. Veio para o Brasil, em 1960, para atuar pela Diocese de Santa Maria (RS), em cidades como Cachoeira do Sul, Formigueiro, Jaguari e, depois, no próprio município santamariense, onde evangelizou, até 1998, na Igreja Perpétuo Socorro. Após, foi transferido para a Diocese de Bagé, sendo designado para a cidade de Lavras do Sul, ficando até janeiro deste ano, quando veio doutrinar em Sant'Ana do Livramento.
Desde seis de janeiro no município, padre Ézio, que sonhou em ser um missionário na África, explica o motivo porque ficou temeroso ao saber que viria a atuar em Sant'Ana do Livramento. "Pensava que a minha idade poderia não corresponder às necessidades que uma paróquia desse tamanho tem", revela. No entanto, o pároco adotou a cidade: "Estou gostando. Vim com medo e me assustou quando o bispo (da Diocese de Bagé) disse que era pra eu vir. Tive sorte de ter pessoas que me ajudaram", diz.

"Umas das pessoas mais cultas do mundo"

É assim, que Padre Ézio Berteotti define a pessoa de Joseph Ratzinger, atualmente, Papa Bento 16, que sucedeu à João Paulo 2°. Segundo o pároco, as pessoas esperavam menos de Bento 16 pela falta de carisma que apresentaria. "Se dizia que por ser uma pessoa culta, ele não conseguiria se comunicar, mas foi ao contrário", afirma.
De acordo com Berteotti, o Vaticano (sede oficial da Igreja Católica) é mais freqüentado devido à presença do novo líder dos católicos, o que confirma, segundo ele, que Bento 16 talvez não seja um Papa de transição para outro papado após a morte de João Paulo 2°. "Este Papa não vai ser de transição. Ele vai deixar a sua marca e será do nível de João 23, que abriu a Igreja para o mundo, atualizando muitas questões".
Conforme o padre, a troca de comando na Igreja foi tão repercutida, que o prefeito de Roma (Itália), onde está o Vaticano, pediu que as pessoas evitassem ir à Praça de São Pedro para prestigiar a posse, porque já não cabiam mais fiéis no local.
Porém, as diferenças para o antecessor, pensa, só o tempo irá mostrar.
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Um comentário:

antes que a natureza morra disse...

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Caríssimo!
Também sou amiga deste grande " Cidadão Brasileiro" chamado
Ézio.Sou de Formigueiro/RS e faz só 45 anos
que nos conhecemos.Ele veio para cá em 1964,quando eu tinha
10 anos.Acompanhei todo o processo e a difi-
culdade pelo qual ele passou com a tranferência para
Livramento.Estive visitando-o em fevereiro e senti que até
está bem. Nos falamos com frequëncia (não admito a perda do
trema) e fico feliz em saber que tem pessoas co-
mo o Sr. que reconhece o valor que o Pe.Ézio tem não só para
o RS como para o Brasil. Não só para a Igreja
como para o país,valor,este, que muito brasileiro não tem.

Que o Sagrado Coração
de Jesus o abençoe.



Valquíria Pires