Pesquisadores da Escola de Economia de Paris, uma das mais famosas e respeitadas do mundo, publicaram trabalho resultante de 19.000 pessoas entrevistadas em 24 países da Europa.
Entre várias questões pesquisadas, uma delas foi a mania ou hábito que certas pessoas têm de comparar seus ganhos, sobretudo salariais, com os ganhos de amigos ou parentes.
Em ambos os casos, o resultado é desastroso. A comparação com amigos causa até duas vezes mais infelicidade que a comparação com colegas. E a comparação com salário de colegas que ganham mais, ocupando os mesmos cargos e tendo as mesmas oportunidades, produz uma extraordinária redução da autoestima. Portanto, comparar salários não traz felicidade.
Aliás, ao contrário da maioria das pessoas que conheço, não faço comparações. Ou me esforço para não fazê-las quando tenho essa tentação.
Sou alfabetizado num país onde falta escola para muitos. Sou obeso (e não me orgulho disso, pois é um risco), num país onde certas regiões sofrem de fome endêmica. Tenho duas aposentadorias razoáveis quando tantos idosos encontram seu sustento no lixo. Tenho um plano de saúde quando tantos morrem nas filas do SUS. Tenho uma saúde de ferro, apesar da força que fiz durante toda a vida para perdê-la. Tenho uma família onde todos nos amamos num mundo cheio de corações solitários.
Claro que tenho problemas a resolver, dificuldades momentâneas. Mas nada que um sujeito alfabetizado, saudável,alimentado, amado não possa enfrentar e vencer.
Lembro de uma frase que o amigo poeta Prado Veppo me disse certo dia a respeito desse assunto : "Para ser feliz, basta sentar e pensar na maioria..."
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AUTOR : James Pizarro
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