quinta-feira, 4 de agosto de 2016

AS OLIMPÍADAS - James Pizarro, jornal A RAZÃO, 4/8/2016.


COLUNISTAS

As Olimpíadas


James Pizarro

por James Pizarro em 04/08/2016
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O cronista tenta alinhavar retalhos do cotidiano e oferecer algo palatável ao leitor. Nem sempre consegue. Escorrega às vezes para o intimismo e – movido pela montanha russa de sua sensibilidade – faz confissões pessoais que, segundo os mais exigentes, não trazem sabor à crônica.
Outras vezes, o cronista tem sorte. Há um tema pairando no ar que interessa. Um defunto ilustre que abriu um vácuo na comunidade. Um assassinato que chocou a todos. Um acidente. Uma obra há muito esperada e que foi inaugurada. Um artista ilustre que nos visita. Enfim...
Nesta quinta-feira, o assunto não poderia ser outro a não ser as...Olimpíadas! Poderia ter consultado o Dr. Google e para demonstrar um certo ar de erudito e de conhecimento geral, começar falando sobre a Grécia, a chama olímpica, o barão Pierre, traçar um retrospecto de todas as Olimpíadas, falar sobre os países vencedores, os atletas mais famosos de todos os tempos.
Poderia falar – como fiz sobre a Copa do Mundo – sobre os problemas diversos ocorridos com as obras da Vila Olímpica, principalmente o atraso no cronograma de entrega das mesmas. Sobre a poluição da lagoa Rodrigo de Freitas. Sobre o momento de crise econômica pelo qual passa o país, incompatível em sediar jogos e gastos de tal magnitude, quando existem áreas sensíveis necessitando dessas verbas vultuosas (saúde, educação,segurança).
Poderia falar, mas de que adiantaria? Os compromissos foram assumidos por governantes brasileiros e as Olimpíadas são um fato. Estão aí. Seria patriótico de minha parte ficar torcendo contra o Brasil? Evidente que jamais eu faria isso!
Mas quero deixar bem claro que não vou torcer para cartolas, politiqueiros, autoridades, aproveitadores, empreiteiros,dirigentes, figurões de toda ordem, mamadores do erário público.
Vou torcer pelos atletas brasileiros, estes verdadeiros campeões da superação, que a tudo venceram na maior parte dos casos sem apoio de ninguém, treinando sem as mínimas condições que os modernos aparelhos de ginástica oferecem. Contaram apenas com o heróico e dedicado trabalho de professores de Educação Física das escolas públicas, geralmente mal pagos e sem condições de trabalho: graças ao olho clínico desses professores esses atletas foram descobertos e apareceram para o mundo.
Vou rezar com todo fervor para que nosso bom Deus proteja nosso povo, os atletas de todos as nações que nos visitam, os turistas, para que todos estejam a salvo da insanidade de ataques terroristas que possam manchar de sangue nossas Olimpíadas. Seria pedir demais que o leitor hoje, em suas orações – seja qual for sua crença – pedisse o mesmo a Deus?

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