sexta-feira, 17 de maio de 2013

O RETORNO - James Pizarro

Fui à Santa Maria no dia 22 de abril. Viajei por várias razões. Burocráticas.Legais. Familiares. Sentimentais. Cemiteriais. Médicas. E por aí se vai...

Tinha a idéia de ficar até dia 30 e retornar dia primeiro de maio. Ledo engano ! Mais uma vez tive de me dobrar à força da burocracia brasileira. E à instituição mais nacional que existe : a fila. Fila no médico. No cartório. No elevador. No trânsito. No orelhão. Fiquei estupefato com o trânsito da cidade, sem "onda verde" nos semáforos. Isto é, o taxi para em todas as sinaleiras.

E retornei somente hoje, dia 17 de maio (por sinal, dia do aniversário de Santa Maria). Isto é : 25 dias de demora. E retornei sem conseguir tudo que queria.

Claro que tive enormes alegrias. Revi minha mãe. Meu filho. Dois dos cinco netos. No calçadão reencontrei centenas de amigos e ex-alunos,além de colegas da UFSM. Fui a dois médicos amigos para revisar o motor. Tirei centenas de fotografias. Rezei na catedral.

Fiz excelente viagem de retorno através do ônibus executivo da Viação Santa Cruz, cujo profissionalismo e talento dos funcionários tem de ser elogiado publicamente. E no caminho vim pensando que não estou mais habituado ao ruído excessivo,a subir e descer ruas, aos bate-bocas e travadas nas madrugadas da rua Silva Jardim, de trânsito diuturnamente intenso.

Vou fazer 71 anos e me habituei a uma praia de 9000 almas de população fixa durante 10 meses do ano. Não há ruídos. Moro na quadra de rua que desemboca no mar. Logo, não há trânsito. Nosso edificio está praticamente vazio. E agora mesmo - 20,30h do dia 17 de maio - enquanto escrevo, além do ruído das teclas do computador, apenas o barulho das ondas do mar.

O mar que vai embalar meu sono. E me trazer uma noite feliz de completo descanso.

Obrigado, mar ! Amanhã,estarei diante de ti, fazendo minha oração e falando contigo. Como faço há cinco anos.

E seguirei fazendo, enquanto Deus me permitir.

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