segunda-feira, 8 de julho de 2013

CABRESTEIRO DESPUDORADO

O Dr. Adalberto Villareal é advogado atuante da comarca de Florianópolis há mais de 4 décadas.Formou-se em Direito na UFSM, época em que começamos uma sólida amizade que dura até hoje. São dele estes significativos versos sobre a realidade brasileira de hoje.

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CABRESTEIRO DESPUDORADO
Ainda sobra espaço
prá senador chicaneiro,
enganador e matreiro,
desde novinho, tramposo.
Mandou-se para Trancoso,
rapineiro como a ave,
a bordo de uma aeronave
do Governo Federal,
em missão não oficial.
Trocou bugalhos por alhos,
mordeu parte dos salários
do achatado contribuinte,
e abusou com acinte
do Tesouro Nacional.
Com muita desenvoltura
mostrou as ventas na mídia,
escondeu na manga a insída
que manuseia sem pejo.
Tem por único desejo
o seu projeto pessoal,
e o povo que se dê mal.
É a maldita tradição
do coronel do sertão.
Com cola, pra meu espanto,
comeu serragem, garanto,
pois tem a cara de pau
e finge que não é mau,
o político embrulhão.
Num jogo de esperteza
evitou de ser cassado,
engendrou um golpe usado
por renúncia conhecido,
e logo o intrometido
elegeu-se outra vez
por causa da insensatez
do cabresto eleitoral,
no Brasil, tão natural,
de políticos sem prumo
que nos deixaram sem rumo.
É hora de uma faxina,
quem sabe o povo capina
estes joios do trigal.
É grande a patifaria
e o conjunto de manobras
naquele ninho de cobras
do côncavo até o convexo.
Só se conhece o reflexo
da mão na porta do cofre
enquanto o pobre sofre
sem hospital nem escola,
vivendo apenas da esmola
da tal de bolsa família
que a quem recebe humilha
e aumenta a desigualdade
desde o campo até a cidade
mas enriquece a corriola.





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