domingo, 23 de setembro de 2012

DR. ROMEU BELTRÃO, MEU PROFESSOR - James Pizarro


O Dr. Romeu Beltrão foi meu mestre de Botânica Sistemática no curso de Agronomia da UFSM. Com ele fiz dezenas de coletas de material nos morros de S. Maria. Batíamos longos papos no calçadão cujos temas eram paleontologia, botânica,figuras ilustres da cidade, memorialística do município. Sempre tive por ele um grande respeito como professor e cientista.
Em 1920, Romeu Beltrão ingressou no Ginásio Santa Maria, hoje Colégio Santa Maria, já alfabetizado. Concluiu o primário em 1923 e, no ano seguinte, ingressou no ginasial, após ter sido aprovado com excelentes notas. Aos 15 anos e oito meses, em 1929, ruma a Porto Alegre, a fim de estudar medicina, na Faculdade de Medicina de Porto Alegre. Na capital, morou na pensão do douto jesuíta Werner Von und Mühlen. Nessa pensão ocorriam tertúlias literárias, comuns àquela época, as quais Romeu Beltrão sempre esteve entremeado. No dia 14 de dezembro de 1934, recebeu seu diploma de médico, retornando para Santa Maria. Em fins de fevereiro de 1935, mudou-se para São Pedro do Sul para exercer sua atividade médica, em um consultório na rua Ildefonso Pinto. Nesta cidade Romeu Beltrão casou-se (28/09/1935 – com Nilza Álvares Niederauer), iniciou sua vida política, vinculada ao Partido Republicano Liberal, e sua atividade jornalística – no semanário “O Comércio”, no qual escreveu de 1935 até 1937. A partir de 1937 fixou residência em Santa Maria, onde se dedicou a medicina e ao magistério. Em 1938, no dia 10 de fevereiro, foi nomeado e empossado como professor catedrático de Botânica Aplicada à Farmácia, do curso de Farmácia, da Universidade Federal de Santa Maria. Nesse período iniciam suas pesquisas de resgate histórico. Em 1958, edita a Cronologia Histórica de Santa Maria e do Extinto Município de São Martinho, trabalho, hoje, imprescindível aos pesquisadores históricos. Realizou, também, um levantamento de todo o histórico da paleontologia de Santa Maria, co-traduziu um trabalho científico de Von Heune sobre a geologia da região santa-mariense, elaborou um dicionário geográfico de Santa Maria (que não chegou a lançar) e publicou, em artigos seriados no jornal A Razão, a biografia do Cel. João Niederauer Sobrinho, “Vanguardeiro de Itororó”, que foi lançada, sob o incentivo da Câmara de Vereadores de Santa Maria, em 1998.
O meu estimado professor - com quem muito aprendi - merecia um busto no campus da UFSM. Ou a denominação de um anfiteatro com seu nome. Ou uma placa no Departamento de Biologia da UFSM. Ou o nome de uma praça ou rua na cidade.
A comunidade de Santa Maria tem de fazer essa homenagem justa a quem tanto trabalhou por ela na área científica-cultural.

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