Dia 15 de abril chegaram às locadoras monumentais clássicos de duas feras do cinema : "Clamor de Sexo" (de Elia Kazan) e "Eva" (de Joseph Losey).
"Clamor do Sexo", feito há 60 anos, é sobre a família e seus conflitos. Sobre o amor e sexo entre os jovens. Pais que são contra namorados dos filhos. Professores e pais que jamais aprenderam a ajudar seus filhos e alunos. Famílias que eram ricas e a depressão econômica tornou pobres.
Mas o que mais me chamou a atenção no filme é uma cena melancólica. Os dois namorados, cujo amor não deu certo por causa de múltiplos fatores, se encontram muitos anos depois. E é uma decepção total. O grande objeto de desejo de outrora não significa absolutamente mais nada. Tudo terminou. Eles estão secos por dentro. São estranhos. É um encontro pungente. Que remete à solidão. À melancolia.
Os mais jovens que fazem leitura dos meus textos (e que são a maioria) experimentarão esta mesma sensação futuramente. Pode ser com uma colega de infância. Uma namoradinha que ocupou nosso cérebro e nossa alma com sofreguidão. Uma colega de faculdade. Pessoas que foram importantes no nosso mundo afetivo.
Passam-se os anos. E ao rever aquela pessoa que deixava nosso coração em chamas, ela se transforma num borrão na paisagem. Não nos diz mais nada. Tudo virou uma oceânica decepção.
E a gente vira as costas.
E saí caminhando. Passos lentos. Olhar perdido.
Uma ardência no peito.
E uma certa estupefação diante do mundo.
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