quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Mestres inesquecíveis



James Pizarro

por James Pizarro em 22/10/2015
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Professor de Desenho, ENIO TREVISAN tinha também as funções de professor assistente do turno da manhã no Maneco, tarefa que exercia com rigor prussiano no que tange à disciplina. Também muito alegre e gozador nas horas de folga, vivia “empulhando” todo mundo, isto é, fazendo brincadeiras e passando trotes nos seus colegas professores. Mestre competente, cérebro marcado por profunda formação matemática, lamentava-se para mim - anos mais tarde - por não saber escrever, pois gostaria muito de redigir reminiscências sobre o Maneco e a cidade. Era irmão do Dr. Hygino Trevisan, espírita e advogado e de Eduardo Trevisan, pintor, desenhista e fotógrafo, ambos já falecidos. Os murais pintados por Trevisan valorizam os prédios do “campus” da UFSM, onde podem ser apreciados na Biblioteca Conde de Porto Alegre, Planetário, Prédio da Administração Central, Centro de Tecnologia. Morou o Ênio Trevisan na esquina da rua dos Andradas com a rua Conde de Porto Alegre. Ênio sempre demonstrou entusiasmo ao relembrar os feitos do Maneco no período 1954/1962, pois sempre que me encontrava, dizia: “Que geração de professores, hein Pizarro ?” Eu sempre replicava : “E que geração de alunos, hein? “
THEREZA GRASSIOLI - Foi a melhor professora de Botânica que tive em toda a minha vida e uma das responsáveis por ter feito vestibular para Agronomia e ter me transformado em professor de Biologia. Dava toda a matéria, desde Citologia e Histologia, passando pela Fisiologia, Organologia e indo até à Sistemática ou Taxonomia Vegetal. Sabia, como ninguém, fazer fantásticos e maravilhosos desenhos de Angiospermas e Gimnospermas no quadro-negro. A partir de 1967, já formado e dando aulas na UFSM, fui seu colega no Departamento de Biologia da UFSM, onde ela exerceu a Chefia, sucedendo aos professores Dr. Romeu Beltrão (médico) e Dr. Armando Adão Ribas (Engenheiro Agrônomo). Uma pessoa simples, bondosa, modesta e dona de uma capacidade incrível para ensinar.
GUIOMAR LOUREIRO - Com feições indiáticas - mais lembrava o rosto de uma índia peruana - e um eterno sorriso, era a minha tranquila professora de Língua Espanhola. Lembro bem do livro-texto que ela indicava: “Manual de Espanhol”, de autoria de Hidel Becker. Eu fico cogitando da inteligência das pessoas que exerciam cargos diretivos no sistema educacional gaúcho naquela época! Principalmente, penso na visão premonitória que tiveram essas pessoas, pois corria a década de 50, 60 e nunca alguém tinha falado em unidade do Cone Sul, em Mercosul e coisas do gênero. E o nosso Maneco já oferecia - há 50 anos - estudos de Espanhol para seus alunos. A Arize, filha de Guiomar, foi minha colega de aula durante anos. Formada em Odontologia, casou-se com Flávio Weighrt, também dentista e professor universitário. O marido de Guiomar, de apelido “Mico”, era sócio-proprietário do Posto Esso, de combustíveis, situado no térreo do edifício de quatro andares que ainda existe bem em frente à Igreja Catedral, na avenida Rio Branco. Atrás desse edifício era a quadra de basquete do famoso Clube Irajá, onde jogavam o ex-Reitor Armando Vallandro (de apelido “Picolé”), o ex-deputado federal e estadual Carlos Renan Kurtz, o médico-psiquiatra Milton Sanchis, etc...


James Pizarro

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