quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Nostalgia


James Pizarro

por James Pizarro em 12/11/2015
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JOÃO FRANCISCO GOLDMAN – Faleceu em 6 de março de 2002. Foi provavelmente o maior estilista da moda que a cidade de Santa Maria já teve. Produziu em quantidade e, sobretudo, em qualidade. Esteve - como a imprensa da época registrou - entre os maiores estilistas gaúchos e brasileiros. Prestou grandes serviços à Escola de Samba Unidos do Itaimbé quando Alfeu Pizarro, Zaira de Grandi e Luizinho de Grandi (todos falecidos) faziam parte da diretoria, confeccionando as principais fantasias do desfile da escola que por vários anos seguidos sagrou-se campeã do carnaval santa-mariense. Goldman foi meu amigo particular, pois frequentávamos semanalmente - com dezenas de outros amigos (Antero Scherer, Máximo Knackfus, Arnaldo Walty, Abdo Mothcy, entre outros tantos) - a sauna do Avenida Tênis Clube, onde a vida da cidade era passada a limpo com piadas, histórias jocosas, “causos” folclóricos. Portanto, há mais de treze anos João Francisco Goldmann deixou a cidade e seus amigos. Ficou um grande vazio na sua arte, onde foi um expoente. Que Deus o tenha em sua santa glória.

ZENAIDE LÚCIA MARTINELLI DE SOUZA - Foi minha professora de Francês durante alguns meses e minha professora de Literatura Portuguesa durante um semestre. Era esposa do Dr. Denizard Souza, médico psiquiatra, um dos fundadores do Centro Médico Hospitalar e adepto do Espiritismo em Santa Maria. Foi através da Professora. Zenaide que fui apresentado a Eça de Queiróz, Camões, Fernando Pessoa e tantos outros monstros sagrados portugueses. Por incrível que pareça, nós fazíamos análise sintática dissecando os versos de “Os Lusíadas”. Atualmente, nossos filhos e netos nem sabem o que é análise sintática. Moramos na América Latina, falamos português (que é derivado diretamente do Latim) e deixamos de estudar Latim no colégio! O aluno não conhece a origem da língua que fala, o esqueleto da própria língua! Daí a dificuldade de elaborarem uma singela redação de vinte linhas nos exames vestibulares.

DINÁ PFEIFER - Foi minha professora de História das Américas no Maneco, adotando um livro básico de autoria do historiador Borges Hermida. Era um temperamento irascível, tanto com os colegas quanto com os alunos. Mulher de “pavio curto”, ela se irritava com grande facilidade. Durante as aulas, falava sem parar um só minuto. E não parava de caminhar um só momento por todos os cantos da sala. Aquele toc-toc dos seus sapatos altos deixavam a gente meio nervoso. Aposentada, foi para Porto Alegre. Uma outra professora do Maneco me contou que, no fim de 1997, ao assistir uma missa na Igreja do Rosário, em Porto Alegre, teve despertada sua atenção para um bate-boca na saída da celebração, no hall da igreja. Era a professora Diná Pfeifer que, aos gritos, defendia suas opiniões não se sabe a respeito de que. Coerente com seu temperamento continuava zangada na Terceira Idade! Adoraria revê-la!

James Pizarro

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