sábado, 14 de fevereiro de 2009

VELEIRO "CISNE BRANCO" EM FLORIANÓPOLIS (14/02/2009)




O mar de Florianópolis conta com uma presença ilustre: a do navio veleiro Cisne Branco. A maior embarcação brasileira do gênero está entre as praias de Jurerê e Canasvieiras, no Norte da Ilha, mas partirá para o Rio de Janeiro amanhã (15/02/2009). Quem teve a oportunidade de visitá-lo pôde se impressionar com as proporções do navio construído para representar a Marinha do Brasil em eventos náuticos mundo afora, fomentar a mentalidade marítima na sociedade e cultuar as tradições navais, além de contribuir na formação de marinheiros.

Alguns são recebidos no Cisne Branco ao som de pagode. Mas nem precisaria da música de origem tupiniquim para ter certeza da nacionalidade da embarcação. A bandeira verde e amarela hasteada denuncia. Se, à primeira vista, a sensação é de se estar em um filme de época, já que, do convés para cima, o Cisne Branco mais parece uma embarcação de séculos passados, do convés para baixo, o veleiro conta com equipamentos tecnológicos de ponta.

Os camarotes em que dormem os marinheiros chamam a atenção pelo aconchego proporcionado em espaço tão pequeno. A cozinha não fica para trás e desperta curisiodade nos visitantes que não conhecem a realidade em alto-mar. Tudo é muito funcional em um espaço quase todo de inox.

Para permitir que os turistas de todo o mundo (sim, o Cisne Branco recebe visitantes nos três oceanos que navega) tenham ideia da vida dentro dele, são recepcionados com um vídeo que mostra cenas do navio velejando. Por ele passaram milhares de visitantes. Às vezes, entre os curiosos estão celebridades como as modelos Naomi Campbell e Ana Hickmann.

E curiosidades para ver no Cisne Branco não faltam. Entre os objetos de valor histórico, há uma cópia da moeda de 100 réis, com a imagem do patrono da Marinha do Brasil, o Almirante Tamandaré, que foi colocada na base do mastro principal do navio durante sua confecção. Isso é uma tradição naval que tem origem em uma lenda grega, que diz que a moeda serve para pagar a figura do transportador de almas para o paraíso, no caso de algum marinheiro morrer a bordo.

De longe, quando as velas estão levantadas, a imagem remete aos livros de história. Construído em 1998, na Holanda, o Cisne Branco é uma réplica dos chamados clippers do século 19, embarcações utilizadas no comércio. O veleiro foi incorporado à Marinha brasileira no ano 2000, meio século após a partida de Cabral. Na vinda da Europa para o Brasil, a rota do navio foi a mesma dos descobridores.

Até Nossa Senhora da Boa Esperança, que guiou Cabral na expedição do descobrimento, tem uma réplica no Cisne Branco. A santa foi doada pela família do mesmo artesão que fez a original.

– O Cisne Branco resgata tradições, mas ainda nos falta percepção sobre a importância do mar. Poucos se dão conta, mas 95% das mercadorias que circulam no Brasil, entram e saem do país pelo mar. Seja pelo comércio ou pelo turismo, deveríamos ter uma estrutura marítima mais ampla e qualificada – fnaliza o capitão-de-mar-e-guerra Flávio Soares Ferreira.

Saiba mais :

Comprimento: 76 metros
Largura: 10,5 metros
Altura do mastro principal: 46,4 metros
Peso: mil toneladas
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FONTE : MARIANA ORTIGA (DC - 14 de fevereiro de 2009, edição N° 8346)

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