domingo, 15 de fevereiro de 2009

UM PARAÍSO CHAMADO SANTA CATARINA - (4)


Há mais do que praia no litoral de Santa Catarina. Em dois lugares a história preservada agrega ares de nobreza e molda um cenário perfeito para manifestações culturais, intelectuais e boêmias. São Francisco do Sul, no norte do Estado, e Laguna, no sul, encantam pela herança erudita muito bem preservada e, mais que isso, perpetuada pelas gerações atuais.
Tome-se o caso de São Francisco do Sul, na Baia de Babitonga, a 52 quilômetros de Joinville. A cidade gaba-se de ser o terceiro povoamento mais antigo do Brasil, com 504 anos de idade. Aqui você encontra 150 construções coloniais tombadas pelo Patrimônio Histórico, incluindo a mais antiga paróquia de Santa Catarina. Trata-se da Igreja de Nossa Senhora da Graça, erguida em estilo veneziano no ano de 1699, época em que se usavam areia da praia, cal de conchas e óleo de baleia como argamassa.
No altar, lá está a imagem considerada milagrosa da santa que dá nome ao templo. Reza a lenda que a estatueta salvo uma dezena de marinheiros espanhóis, ameaçados por uma tormenta ao largo da então vilazinha, em 1553. Gratos, eles aportaram e construíram a primeira capela do lugar, onde hoje esta a igreja.
Se verdade ou não, ninguém sabe. Mas é certo que São Francisco virou reduto de homens do mar. Aqui fica o major museu náutico da America do Sul. O Museu Nacional do Mar, instalado em antigos armazéns portuários, e uma impressionante coleção de embarcações de todo tipo: de miniaturas ultra-detalhadas de navios de pesca (são mais de 100) a barcos históricos, como o Paraty, com o qual Amyr Klink cruzou o Oceano Atlântico em 1984.
A cidade, aliás, ambiciona receber transatlânticos bem maiores que o de Amyr. Acaba de ser finalizado um moderno terminal de passageiros, para colocar o município na rota dos grandes navios de turismo. "Esta é a única cidade do país onde o viajante desembarca diretamente no Centro Histórico", celebra o coordenador de turismo Rogério Klitzke.
Rapel
As vantagens da localização são flagrantes. Algumas passadas e pode-se apreciar todo o casario preservado, assim como desfrutar os bares e restaurantes a beira-mar, muitos construídos em trapiches sobre a água. Um deles, o Portela, ganhou fama com o prato típico da região. É a cambira, feito de tainha defumada na folha da erva imbira.
Os bares da orla também primam por alimentar o espírito. "Esta é uma cidade de músicos, poetas e escritores", diz Klitzke. Em São Francisco do Sul, é usual deparar com instrumentistas, saraus literários e lançamento de livros. Para não falar das baladas, que hoje são realizadas em prédios históricos, como o do Clube XXIV de Janeiro, fundado em 1892 e tombado pelo Patrimônio Histórico. Até mesmo no Museu do Mar há recitais de piano, no recém-inaugurado café anexo.
Tão nobre assim, só a cidade de Laguna, no sul do Estado. Nela, a área preservada é ainda maior: 600 construções, incluindo o imponente Mercado Municipal no porto. Não só. Você também verá a casa onde viveu a maior heroína catarinense, Anita Garibaldi, e o museu dedicado a ela. A mulher do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi é um mito e uma mania na região. Sua fama só é rivalizada por dois outros atrativos obrigatórios desta cidade de quase 300 anos: o lendário Farol de Santa Marta e o fenômeno da pesca com golfinhos. Sim, esses animais ajudam os pescadores, cercando os cardumes e conduzindo-os até as redes.
Seja em São Francisco, seja em Laguna, o visitante não fica impassível diante do rico passado resguardado. As memórias, aqui, são eternas.
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FONTE : MSN VIAGEM

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