domingo, 20 de novembro de 2011

MEU AMIGO, POETA PRADO VEPPO - James Pizarro




***Foi meu amigo,meu padrinho de casamento,meu confidente e se eu tivesse de resumí-lo numa só expressão, eu diria que foi a pessoa MAIS BONDOSA e MAIS MISERICORDIOSA com a miséria dos amigos e da humanidade em geral...jamais conheci outro igual. Durante quase 30 anos tomamos chimarrão todos os domingos pela manhã em sua casa. Sou amigo pessoal de seus dois filhos. O filho homem, de apelido "Pitty" e a filha mulher, de apelido "Tota", foram meus alunos no cursinho pré-vestibular. Ele é advogado e ela é médica psiquiatra. O Veppo, com sua morte, me deixou mais pobre afetivamente e mais solitário...Teria centenas de laudas para escrever sobre ele e deixarei isso para fazer mais tarde. Por hoje, por conta da emoção que toma conta de meu espírito, deixo o resumo feito pela Ellen.


"Sobre Luiz Guilherme do Prado Veppo "


(Pesquisa de Ellen Neves Tapada )


Luiz Guilherme do Prado Veppo nasceu em Porto Alegre, no dia 21 de junho de 1932, filho único de Altino Paim Veppo e de Alba Rosa do Prado Veppo. Aos dois anos, perdeu a mãe, que morreu vítima de tuberculose. O pai tornou a se casar com Helena que deu muito carinho ao menino.
Aos 14 anos (1946), perdeu o pai. Nesse período, começou a trabalhar no seu primeiro emprego, como contínuo da Companhia de Seguros de Vida da Previdência do Sul. Durante o dia trabalhava e, à noite, cursava o ginásio no Colégio D. Pedro II.
Em 1950, viajou à Uruguaiana, para morar com os tios maternos Otelo e Maria. No Colégio Sant’Anna cursou o científico (equivalente, hoje, ao ensino médio). Apresentava facilidade de comunicação e ia muito bem nos estudos, liderando debates políticos entre os estudantes, chegando a presidente da União Estudantil de Uruguaiana.
Em 1954, decidiu retornar a Porto Alegre e tentar uma vaga em medicina, realizando o vestibular na UFRGS, ficando, então, como segundo suplente na lista dos classificados. Resolveu, por este motivo, liderar uma campanha entre os excedentes, para que fosse criado o Curso de Medicina de Santa Maria, o qual já estava em fase de implantação. Obtendo sucesso na campanha, Prado Veppo conseguiu ser um integrantes da primeira turma do Curso de Medicina da UFSM. Durante os seis anos de curso, participou intensamente da vida comunitária. Também, neste período, trabalhou como jornalista no Diário do Estado, e, mais tarde, no jornal A Razão. Nesses jornais publicou vários poemas e em outros veículos da imprensa local. Em 1959, começou a namorar Zélia Maria Braga.
Em 1960, formou-se em Santa Maria e foi o orador da turma. Neste mesmo ano, mudou-se para São Paulo, ficando, durante dois anos, fazendo residência na Escola Paulista de Medicina, continuando sempre a produzir poeticamente.
Em 1962, decidiu voltar à Santa Maria e assumir a profissão de médico, tornando-se professor do Curso de Medicina da UFSM. Neste mesmo ano, publica seu primeiro livro, Alba tempo e rosa.
Em 1964, casou-se com Zélia Maria Braga. Publicou, neste mesmo ano, O andarilho. Em 1965, nasceu a sua primeira filha, Alba Tereza Braga do Prado Veppo (a Tota). No mesmo ano, publicou três poemas na coletânea Apresentação da poesia santa-mariense, organizada por Luiz Alberto Rodrigues e Tarso Genro. Começou, então, a integrar-se às promoções do Grupo de Vanguarda Cultural da cidade. Este grupo era responsável por encontros, exposições, publicações e shows de música popular.
Prado Veppo também cultivou parcerias e amizades com vários intelectuais e artistas, entre eles Eduardo Trevisan, ilustrador e capista de alguns de seus livros.
Em 1970, nasceu seu segundo filho, Luiz Guilherme do Prado Veppo Filho, o Pitty. Neste ano, a família resolveu transferir-se para São Paulo. Nos anos 70 e 71, Prado Veppo resolveu cursar Endocrinologia na Escola Paulista de Medicina e no Hospital das Clínicas de São Paulo, para que pudesse aperfeiçoar seus conhecimentos em prol das atividades no consultório e como professor na UFSM.
Em 1975, publicou Espada de Flor, seu terceiro livro. Neste ano, já havia retornado a Santa Maria. Em 1981, compôs O bugio, em parceria com Luis Carlos Borges e o Grupo Horizonte, recebendo o título de canção mais popular na II Tertúlia de Santa Maria. Durante este período, também compôs o hino para o Colégio Coração de Maria e as canções Meu poema mais brasileiro, com música da professora Ellen Rolin e Onde fica Uruguaiana, com melodia do professor e maestro Frederico Richter. Em 1978, recebeu o primeiro lugar no Concurso Literário Felippe D’Oliveira, com a poesia O cão.
Em 1984, no Rio de Janeiro, fez uma especialização em Psiquiatria, com o professor Eduardo Portella Nunes. Com a nova especialização conseguiu abrir maior perspectiva em sua atividade profissional. Ainda no Rio de Janeiro, exercendo a profissão de médico, resolveu acumular a função de professor de Literatura e Redação no Curso Pré-Vestibular Paralelo, ficando famoso por ter conseguido acertar o título da redação do vestibular da PUC-Rio.
No dia 3 de maio de 1985, recebeu o título de Cidadão de Santa Maria, ofertado pela Câmara de Vereadores de Santa Maria por ser nome integrado à vida e à história da cidade. Em 1977, já havia recebido o prêmio destaque do ano, conferido pela Rádio Imembuí. Começou, então, a intensificar-se o reconhecimento de suas atividades profissionais, artísticas, intelectuais e comunitárias, através de conferências de distinções por parte de formandos, imprensa, órgãos públicos e privados. Nesta mesma época, dava aulas de Literatura, Português e Redação nos cursos de pré-vestibular Master e Riachuelo.
Em 1987, produziu e apresentou o programa Os habitantes do afeto, na Rádio Universidade. O programa apresentava variedades, poesias e notas literárias, que acabou repercutindo em Santa Maria.
Em 1989, aposentou-se como professor adjunto do Curso de Medicina da UFSM. Foi professor por muitos anos de Propedêutica, Clínica Médica, Hematologia no Departamento de Clínica Médica. Deu aulas, também, de Psicologia Médica no Departamento de Psiquiatria.
Em 1990, conquistou o primeiro lugar com a composição O açude, na Coxilha Nativista de Cruz Alta. A melodia foi feita por Mário Barros e a interpretação foi de Maria Luíza Benitez.
Em 1992, a música Decisão, letra de sua autoria e música de Ellen Rolin, interpretada por Gelson Manzoni integrou o LP, denominado Musipoemas, uma coletânea, que reunia músicos, poetas e compositores de Santa Maria.
Em 1994, publicou Passos do vislumbre, pelo Instituto Estadual do Livro, sendo a primeira e única edição não custeada pelo autor. Neste mesmo ano, recebeu o prêmio Mérito Literário da Associação Santa-Mariense de Letras, entidade onde é sócio-fundador e onde participou de várias coletâneas de autores santa-marienses. Em 1995, publicou o livro de poemas Os breves.
Em 1996, lançou as obras O girassol azul e Quarteto in prosa e verso. Esta última foi publicada juntamente com Orlando Fonseca, Humberto Zanatta e Vitor Biasoli. Em 1997, foi patrono da 26ª Feira do Livro de Santa Maria.
Em 1998, publicou Cavaleiros da vida e da morte, que fazia parte das comemorações dos 35 anos de fundação do Curso de Medicina de Santa Maria. Neste mesmo ano, voltou a figurar na obra coletiva Quarteto in prosa e verso, juntamente com Orlando Fonseca, Humberto Zanatta e Vítor Biasoli.
No dia 13 de agosto de 1999, vítima de complicações cardíacas, morreu Prado Veppo na UTI do Hospital de Caridade de Santa Maria. "

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